Experimentação animal em Portugal mais transparente do que nunca
- The European Animal Research Association
- Jun 26
- 2 min read

As instituições portuguesas signatárias do Acordo de Transparência sobre a Investigação Animal continuaram a reforçar a sua abertura na comunicação sobre como e porquê os animais são usados na investigação científica, de acordo com o mais recente relatório de avaliação, referente a 2024.
O quinto relatório anual do Acordo de Transparência, elaborado com o apoio da European Animal Research Association (EARA), apresenta dados de 27 das 30 instituições signatárias. Os resultados demonstram a consolidação de boas práticas de transparência, sobretudo no envolvimento com o público, nas interações com os meios de comunicação e na comunicação digital, a par de um aumento no número de signatários – de 27 em 2023 para 30 em 2024.
Entre os indicadores mais relevantes de maior abertura e comunicação em 2024 destacam-se:
93% das instituições respondentes têm uma declaração de posicionamento sobre experimentação animal publicada nos seus websites.
81% utilizam redes sociais para comunicar de forma proativa sobre a utilização de animais na investigação, sobretudo no Facebook, Instagram, LinkedIn e YouTube.
24 organizações relataram a organização de eventos internos (palestras, workshops, dias abertos), e 21 incluíram a investigação animal em materiais de recrutamento ou dias abertos.
13 instituições partilharam fotografias de animais, 12 mostraram as suas instalações em imagens e 10 publicaram vídeos que mostram tanto os animais como as instalações.
19 instituições organizaram visitas internas para colaboradores, 18 organizaram visitas para grupos específicos, 13 participaram em dias abertos, 12 receberam grupos de estudantes e 6 abriram as suas instalações a políticos.
13 instituições deram entrevistas, 9 organizaram visitas de jornalistas, 9 participaram em debates públicos e 7 emitiram comunicados aos meios de comunicação sobre a utilização de animais na investigação.
Apesar destes progressos positivos, alguns desafios persistem:
Apenas 6 instituições publicam resumos não técnicos (RNT) nos seus websites, apesar da recomendação para tornar estes documentos mais acessíveis a nível local.
Poucas instituições (7) partilham publicamente estatísticas detalhadas sobre o número e as espécies de animais utilizados, e apenas uma indica a percentagem de investigação que envolve o uso de animais.
A falta de recursos (tempo e especialização do pessoal) e a resistência interna por parte das lideranças institucionais continuam a ser obstáculos à transparência.
Entre os destaques de 2024 contam-se a primeira Semana Aberta sobre Investigação Animal (6–10 de maio de 2024), durante a qual os signatários abriram as suas instalações ao público, organizaram seminários e acolheram o primeiro Dia da Descoberta para Pessoas com Doença em Portugal, bem como o Openness Event no Gulbenkian Institute of Molecular Medicine, que reuniu cientistas, comunicadores e responsáveis pelo bem-estar animal.
Sobre o novo relatório, o Diretor Executivo da EARA, Kirk Leech, afirmou: “O Acordo de Transparência Português, lançado em 2018, é hoje um dos nove acordos nacionais na Europa. Continua a ser um exemplo, promovendo uma cultura de abertura e responsabilidade ética em torno da utilização de animais na investigação científica.”
Para mais informações, contactar a co-coordenadora do Acordo de Transparência: Inês Serrenho (+351 925 834 274, iserrenho@eara.eu)
Este comunicado de imprensa também pode ser lido em inglês.